Quando o assunto é melhorar de forma contínua os processos de uma empresa, a Análise PDCA é uma das metodologias mais populares que podemos mencionar. Basicamente, sua lógica se dá em dividir a administração de um projeto ou processo em etapas, para assim simplificar sua gestão e deixá-la aberta para possíveis mudanças durante a jornada.
Também conhecido como Círculo de Deming ou Ciclo de Shewhar, quando bem utilizado, este método tem grande potencial de aumentar a qualidade dos seus processos, encontrar e eliminar gargalos e aumentar seus resultados.
Diante de tantos benefícios, pode parecer que é complicado começar essa análise em seu escritório, mas isso não é verdade! Colocar a Análise PDCA em prática não é difícil, basta apenas estruturá-la de forma correta. E é exatamente isso que eu mostro como fazer neste artigo.
Vamos lá?
O que é Análise PDCA
A Análise PDCA é uma metodologia focada na melhoria contínua de um processo, baseando-se em um ciclo de quatro fases:
- P: Plan – planejar
- D: Do – fazer
- C: Check – checar
- A: Action – agir
Criada na década de 20 pelo físico americano Walter Andrew Shewhart, a análise PDCA tinha como foco o controle estatístico das empresas, mas foi apenas na década de 50 que a metodologia se popularizou pelas mãos do professor William Edward Deming.
E a grande razão da Análise PDCA ser utilizada até hoje é a resolução de problemas: ela é um passo a passo para o alcance de metas, melhorias e aperfeiçoamento de processos.
Como a Análise PDCA funciona
Agora que sabemos o que é a Análise PDCA, vamos entender como ela funciona. Na prática é como um ciclo e deve seguir a sequência de suas quatro letras, como mostra o acrônimo abaixo:
Cada letra significa uma etapa da análise, vamos ver como cada uma funciona:
Como colocar a Análise PDCA em prática
Muitos se iludem ao utilizar a Análise PDCA por acreditar ser uma metodologia que dispensa um trabalho dedicado e meticuloso, o que pode prejudicar todo o trabalho.
Os erros mais comuns são:
- Falta de raciocínio durante o planejamento;
- Análise de cenários incompletos;
- Treinamento ineficiente;
- Registros incompletos;
- Medidas imprecisas;
- Padronização insuficientemente detalhada.
Então, para deixar sua empresa livre desses erros e pronta para usufruir de todos os benefícios dessa análise, montei um passo a passo que irá ajudá-lo a colocá-la em prática da maneira correta.
Etapa 1- Planejar (Plan)
A função dessa etapa é fazer um levantamento das informações e analisá-las para obter metas e objetivos mais transparentes.
Aqui é fundamental elaborar uma estratégia capaz de solucionar os problemas encontrados e fazer isso com base nas políticas e diretrizes do escritório, para que depois seja levado em consideração:
- O estabelecimento das metas pretendidas com a Análise PDCA;
- A escolha do caminho que será percorrido para que elas sejam alcançadas;
- E os métodos que serão utilizados para chegar aos objetivos definidos.
A fase de planejamento deve ser feita de forma minuciosa para que nenhum detalhe seja perdido. Por isso, achei interessante dividi-la em 4 partes:
1. Identificação do problema
Aqui é preciso definir qual o problema ou objetivo se deseja alcançar com a Análise PDCA e reconhecer seu nível de importância. A equipe pode levantar o histórico do problema, mostrar as perdas que ele causou e, então, propor uma data para que ele seja resolvido.
Para ter uma visão mais abrangente do problema, é possível utilizar:
- Dados;
- Fotos;
- Relatórios;
- Gráficos;
- E Análises do cenário.
2. Observação do problema
Essa fase deve ser utilizada para detalhar e analisar o problema de perto, por isso pode exigir mais trabalho e ser um pouco mais demorada. Afinal, as características desse problema devem ser analisadas levando em consideração o ponto de vista de todos do escritório, principalmente os mais impactados.
3. Análise do problema
Nessa etapa do planejamento, os gestores precisam se perguntar sobre o motivo do problema estar acontecendo. É aqui que as causas serão descobertas. Por isso, a equipe deve levantar possíveis motivos e colocá-los em ordem de importância.
4. Plano de ação
Após a identificação das causas do problema, é o momento de desenvolver ações para solucioná-lo. Para facilitar o processo, faça questionamentos como:
- “O que precisa ser feito?”
- “Quem deve ser o responsável?”
- “Quando a tarefa deve ser concluída?”
Etapa 2 – Fazer (Do)
Nesta etapa, o plano de ação criado deve ser colocado em teste.
Aqui, todas as ações da etapa “Plan” serão executadas pelos responsáveis, conforme as diretrizes e devem acompanhar os prazos estabelecidos. É importante que as pessoas envolvidas sejam previamente treinadas e instruídas para que tenham segurança para cumprir o que foi designado a elas. Além disso, é imprescindível que a liderança também cumpra seu papel e direcione os colaboradores para completar suas tarefas da melhor forma possível.
Vale lembrar que, é preciso anotar e destacar todos os resultados obtidos a cada tarefa concluída, sejam eles positivos ou negativos. Isso proporciona um aprendizado indispensável para o crescimento do time envolvido e para o projeto como um todo.
Etapa 3 – Checar (Check)
Agora é preciso analisar os resultados do que foi executado e compará-los ao que foi planejado inicialmente. Podemos chamar essa etapa também de Avaliar ou Estudar, afinal, você irá estudar cada ação e avaliar os resultados gerados.
Esse processo de checagem consiste em confirmar se o que foi planejado está sendo devidamente implantado. Além de analisar e comparar os resultados entre o antes e depois.
Caso os resultados encontrados durante a checagem não sejam satisfatórios, é necessário retornar a etapa de planejamento da Análise PDCA. É importante, não pular etapas e nem sair delas sem uma conclusão positiva para o que havia programado.
Etapa 4- Agir (Action)
A fase de ação deve focar nas melhorias. Nesta etapa é necessário agir de forma corretiva alinhando os resultados finais ao que realmente foi planejado. Ou seja, é hora de aplicar as mudanças e melhorar os processos.
Sendo a Análise PDCA um ciclo contínuo, essa etapa também inspira um novo planejamento para melhorar outros aspectos do processo que foram descobertos durante a jornada.
E Para fechar o ciclo corretamente, é importante seguir alguns passos:
1. Padronizar
Neste passo, tudo o que funcionou no planejamento deve ser padronizado, evitando o risco de que o problema apareça novamente. A padronização é realizada com base na revisão dos documentos gerados durante o processo. Caso o contrário, as pessoas podem voltar a agir, pouco a pouco, conforme os hábitos antigos.
Por isso, é importante tornar essa mudança oficial, registrando em documentos e comunicando a equipe e a todos do escritório os novos procedimentos.
2. Conclusão
Por fim, para fechar a Análise PDCA com chave de ouro, é importante fazer um balanço final do que foi aprendido e planejar os próximos passos.
Esse também é o momento certo para identificar quais são os problemas remanescentes e reforçar o comprometimento de todos com a mudança de comportamento, afinal, de nada adianta aplicar a Análise PDCA, se os colaboradores não estiverem dispostos a melhorar de forma contínua. Por isso é importante mantê-los engajados e cientes dos benefícios que esse tipo de ação pode trazer.
Exemplo de Análise PDCA
Sabemos que a teoria é importante, mas ter um exemplo real é fundamental e pode melhorar seu entendimento.
Então vamos lá:
Imagine que sua empresa está lidando com problemas na satisfação do cliente devido à demora na entrega de tarefas do Departamento Pessoal e que, por conta disso, seu NPS tem caído drasticamente. Como usar a Análise PDCA para sanar essa questão?
- Planejar: O problema é a insatisfação do cliente devido à demora na entrega das tarefas e obrigações. Uma solução possível seria encontrar algo que pudesse tornar essa entrega mais rápida. Para isso, o plano de ação definido foi a automação desses processos com um Sistema de Gestão e o responsável por cuidar dessa ação é gestor do Departamento Pessoal.
- Fazer: Encontrar um sistema de gestão que possa melhorar os processos, é hora de iniciar a automação desses processos, detalhando toda a ação e resultados que essa mudança tem gerado.
- Checar: Verificar se o tempo de resposta das tarefas e obrigações tem realmente melhorado com a implantação do sistema, comparar o antes e depois, dessa ação e colher novos feedbacks dos clientes.
- Agir: Com a resposta positiva dos clientes referente a mudança, é hora de analisar os resultados e padronizar a gestão automatizada das tarefas e processos. Assim o escritório como um todo pode ser melhorado e todas as dificuldades encontradas durante a jornada com o Departamento Pessoal, podem ser evitadas nas demais áreas.
Alguns pontos de atenção ao aplicar a Análise PDCA
Antes de começar, tenha em mente os seguintes pontos:
- Só prossiga para a fase “DO” após ter finalizado a fase do Planejamento;
- Se você achar que durante a fase “Agir” há um excesso de repetições e tentativas, volte para a fase de “Planejamento”;
- Evite um curto-circuito, não pule etapas e dedique um tempo real e suficiente para a conclusão de cada uma delas;
- Se há muitos problemas, organize a abordagem: priorize as tarefas conforme urgência e gravidade;
- O líder deve participar de todos as etapas da Análise PDCA.
Ao final do processo , a Análise PDCA sugere que o ciclo seja reiniciado, buscando uma melhoria contínua e ininterrupta.
Quais melhorias a Análise PDCA pode trazer para o seu escritório?
Como vimos, a análise PDCA é bem simples, o que muitas vezes leva as pessoas a questionarem se ela é realmente eficaz.
Por isso, listei abaixo 4 das principais contribuições que este método pode trazer ao seu escritório.
1. Eficácia
Com a Análise PDCA é possível alcançar um maior desempenho de suas tarefas e processos. Isso porque as atividades são monitoradas de forma constante, o que permite a atualização desses processos, mantendo sempre a qualidade e evolução de cada um deles.
2. Maior gerenciamento de riscos
Quando um escritório implanta uma cultura organizacional focada em avaliar e medir seus processos, as chances de erros e problemas podem ser são menores. Isso porque, uma vez que, você e sua equipe poderão identificar esses gargalos com maior antecedência, também será possível trabalhar na causa ao invés de lidar com as consequências.
3. Aplicações Ilimitadas
Você pode aplicar a Análise PDCA nos mais diversos processos e departamentos do seu escritório. Desde atividades ligadas ao seu core business até as secundárias, mas também estratégicas, como a análise de processos relacionados ao controle de ponto dos seus colaboradores, por exemplo.
Essa vantagem da Análise PDCA é valiosa, pois, com ela, você não precisa aplicar um modelo para cada processo ou dominar diferentes táticas de gestão, basta uma e pronto!
4. Redução de Custo
Usar a Análise PDCA permite ao escritório testar uma mudança de processo em pequena escala antes de gastar em um método que pode não funcionar. A empresa pode continuar a rodar normalmente enquanto analisa o efeito dessa mudança.
Além disso, com a melhoria dos processos, existem grandes chances de reduzir desperdícios e resíduos e, consequentemente, diminuir os custos e aumentar a lucratividade. Isso sem contar na melhora da qualidade dos serviços, o que fideliza seus clientes e pode trazer novos prospects.
Esse pode ser o primeiro passo!
Colocar a Análise PDCA em prática no seu escritório é como dar o primeiro passo rumo ao uma jornada de melhorias contínuas. Pois, como citei antes, a Análise PDCA é um ciclo e não ha nada tão bom que não possa melhorar não é mesmo?
Então agora é colocar a mão na massa e começar a usufruir dos benefícios que essa metodologia pode trazer ao seu escritório
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